Assim caminha a humanidade!

A perseguição aos judeus na Alemanha de Hitler era legal ou criminosa? O tráfico de escravos para o Brasil, durante séculos, era uma atividade legal ou não? Infelizmente, a resposta a essas duas perguntas é a mesma. Tanto Hitler quanto os escravagistas tinham o amparo da lei.
Finda a guerra, os oficiais nazistas foram levados a julgamento. Nos conhecidos Julgamentos de Nuremberga, a alegação geral foi a de que cumpriam ordens. O Tribunal não considerou tal alegação como justa e os oficiais foram todos enforcados.
Cumprir ordens, acatar a lei, amparar-se num código legal, nada disso tem mais valor perante a justiça do que a legitimidade do ato.
Pois bem, novamente temos de nos referir a uma reportagem de Reinaldo Azevedo, sempre ele, eternamente perseguido por nós. Ocorre que ele, sistematicamente, nos ataca, a nós estudantes. Mas não apenas a nós, mas a todos aqueles que lutam contra a opressão policial; a todos os que lutam contra a opressão do Estado e da justiça.
A polícia, a justiça e o Estado não são mais do que agentes subalternos do capital. Se a lei, porventura, afrontar o capital, ela será mudada ou descumprida. Sempre foi assim nas sociedades capitalistas.
No caso do despejo dos moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos, não foi diferente. A “justiça” não vacilou em despejar mais de nove mil pessoas porque devia cumprir a lei. Vejam que lei estranha esta: um único ser, o Sr. Naji Nahas, especulador financeiro, tem mais direito à terra do que nove mil pessoas.Dura lex sed lex.
Reinaldo Azevedo talvez seja advogado sem procuração do Sr. Nahas. É o que parece. Mas seu verdadeiro patrão é outro: Geraldo Alckmin. Se Geraldo fez, Geraldo acertou. E Geraldo mandou a polícia violar o direito de manifestação dos estudantes da USP; e Geraldo mandou a polícia desocupar uma área do centro de São Paulo para facilitar o serviço da especulação imobiliária; e a polícia despejou nove mil no Pinheirinho; e agrediu um negro na USP; e mata mais do que bandido; mais do que o tráfico; etc.; etc. E Geraldo está certo. Dura lex sed lex.
E como agente de Geraldo na imprensa, Azevedo defende toda e qualquer ação da Polícia Militar do Estado de São Paulo, uma das polícias mais criminosas do mundo. Mas, agora, ele nos vem com a defesa da juíza que deu a ordem de despejo. Vejam só!
Para ele, “esta mulher honra a justiça brasileira”, “esta mulher honra o Brasil”. E, a coragem dela “não está em afrontar a lei, mas em segui-la”. Viva Hitler!!! Ela “gosta do estado democrático de direito”. Nove mil pessoas devem, neste momento, odiar esse tal estado democrático de direito. E essa juíza, Doutora Márcia Mathey Loureiro, “deu a cara ao estado de direito e à democracia, sem temer a horda fascistóide da desqualificação”. Bravo! Os fascistas são agora os que afrontam os campos de concentração. Os fascistas são agora os judeus dos guetos de Varsóvia.
Em que mundo nós vivemos? Seis milhões de mortos: queimados ou enterrados em valas comuns. Judeus. E, com eles, ciganos, comunistas e todos aqueles que eram diferentes ou pensavam diferentemente. Todos condenados pela justiça. Todos executados pela justiça.
Para que o estado democrático de direito não seja afrontado, o cidadão tem de aguentar calado a agressão da polícia (estado de direito); para que esse estado não seja afrontado, nove mil pessoas terão de morar na rua (estado de direito); para que o estado democrático de direito não seja afrontado, estudante tem de conviver com a polícia dentro da escola (estado de direito); o povo tem de aguentar horas na fila de um hospital sem reclamar, pois reclamação é afronta ao estado de direito; horas na fila de uma repartição pública; horas na fila de um banco… reclamou? Cadeia nele! Desacato a funcionário público. Protestou? Cadeia nele. Desrespeitou a lei do silêncio. Fez passeata? Atrapalhou o trânsito. Fez greve? A greve foi declarada ilegal. Estado de direito? Vejam abaixo qual é o verdadeiro sentido da expressão “estado democrático de direito”.
Em primeiro lugar a “justiça” garante reintegrações de posse, mas o Estado não garante o direito constitucional à moradia e ao bem-estar. Para favorecer o rico, o especulador, o Estado age. Para favorecer o pobre, o Estado se omite. No caso da Cracolândia, o Estado e a Justiça sempre foram omissos, tanto em relação ao crime praticado pelo tráfico quanto em relação ao estado de saúde dos viciados. Agora, por causa de um projeto da especulação imobiliária, o projeto Nova Luz, a polícia e o Estado agem ostensivamente. É um escárnio. E, no caso do Pinheirinho, a juíza Márcia Mathey Loureiro apressou-se em dar uma ordem de despejo “para cumprir o que manda a lei”. Mas, e o ser humano? E as famílias? E a cidade? Não importa. Nenhum desses tem o amparo da Justiça. A justiça no Brasil não é feita para o povo, mas para pessoas como Naji Nahas.
Durante a desocupação, circulou o rumor de que a juíza, autora do despejo, possui uma mansão cujos fundos dão para o bairro Pinheirinho. Será isso verdade? Não deve ser! Atrapalhava a vista? Desvalorizava a propriedade? Não. Nada disso. A juíza é uma cidadã acima de qualquer suspeita. É ela quem faz a justiça e a justiça é feita para ela.

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“O grande palíndromo francês”

Encontrei no blog “Nababu.org” um dos melhores palíndromos já feitos. Tem 1.247 palavras, e foi criado pelo francês Georges Perec.

Un palindrome de 1247 mots

Trace l’inégal palindrome. Neige. Bagatelle, dira Hercule. Le brut repentir, cet écrit né Perec. L’arc lu pèse trop, lis à vice-versa.

Perte. Cerise d’une vérité banale, le Malstrom, Alep, mort édulcoré, crêpe porté de ce désir brisé d’un iota. Livre si aboli, tes sacres ont éreinté, cor cruel, nos albatros. Etre las, autel bâti, miette vice-versa du jeu que fit, nacré, médical, le sélénite relaps, ellipsoïdal.

Ivre il bat, la turbine bat, l’isolé me ravale: le verre si obéi du Pernod — eh, port su ! — obsédante sonate teintée d’ivresse.

Ce rêve se mit — peste ! — à blaguer. Beh ! L’art sec n’a si peu qu’algèbre s’élabore de l’or évalué. Idiome étiré, hésite, bâtard replié, l’os nu. Si, à la gêne sècrete– verbe nul à l’instar de cinq occis–, rets amincis, drailles inégales, il, avatar espacé, caresse ce noir Belzebuth, ô il offensé, tire !

L’écho fit (à désert): Salut, sang, robe et été.

Fièvres.

Adam, rauque; il écrit: Abrupt ogre, eh, cercueil, l’avenir tu, effilé, genial à la rue (murmure sud eu ne tire vaseline séparée; l’épeire gelée rode: Hep, mortel ?) lia ta balafre native.

Litige. Regagner (et ne m’…).

Ressac. Il frémit, se sape, na ! Eh, cavale! Timide, il nia ce sursaut.

Hasard repu, tel, le magicien à morte me lit. Un ignare le rapsode, lacs ému, mixa, mêla:

Hep, Oceano Nox, ô, béchamel azur ! Éjaculer ! Topaze !

Le cèdre, malabar faible, Arsinoë le macule, mante ivre, glauque, pis, l’air atone (sic). Art sournois: si, médicinale, l’autre glace (Melba ?) l’un ? N’alertai ni pollen (retêter: gercé, repu, denté…) ni tobacco.

Tu, désir, brio rimé, eh, prolixe nécrophore, tu ferres l’avenir velu, ocre, cromant-né ?

Rage, l’ara. Veuglaire. Sedan, tes elzévirs t’obsèdent. Romain ? Exact. Et Nemrod selle ses Samson !

Et nier téocalli ?

Cave canem (car ce nu trop minois — rembuscade d’éruptives à babil — admonesta, fil accru, Têtebleu ! qu’Ariane évitât net.

Attention, ébénier factice, ressorti du réel. Ci-git. Alpaga, gnôme, le héros se lamente, trompé, chocolat: ce laid totem, ord, nil aplati, rituel biscornu; ce sacré bédeau (quel bât ce Jésus!). Palace piégé, Torpédo drue si à fellah tôt ne peut ni le Big à ruer bezef.

L’eugéniste en rut consuma d’art son épi d’éolienne ici rot (eh… rut ?). Toi, d’idem gin, élèvera, élu, bifocal, l’ithos et notre pathos à la hauteur de sec salamalec ?

Élucider. Ion éclaté: Elle ? Tenu. Etna but (item mal famé), degré vide, julep: macédoine d’axiomes, sac semé d’École, véniel, ah, le verbe enivré (ne sucer ni arreter, eh ça jamais !) lu n’abolira le hasard ?

Nu, ottoman à écho, l’art su, oh, tara zéro, belle Deborah, ô, sacre ! Pute, vertubleu, qualité si vertu à la part tarifé (décalitres ?) et nul n’a lu trop s’il séria de ce basilic Iseut.

Il à prié bonzes, Samaritain, Tora, vilains monstres (idolâtre DNA en sus) rêvés, évaporés:

Arbalète (bètes) en noce du Tell ivre-mort, émeri tu: O, trapu à elfe, il lie l’os, il lia jérémiade lucide. Petard! Rate ta reinette, bigleur cruel, non à ce lot ! Si, farcis-toi dito le coeur !

Lied à monstre velu, ange ni bête, sec à pseudo délire: Tsarine (sellée, là), Cid, Arétin, abruti de Ninive, Déjanire. . .

Le Phenix, eve de sables, écarté, ne peut égarer racines radiales en mana: l’Oubli, fétiche en argile.

Foudre.

Prix: Ile de la Gorgone en roc, et, ô, Licorne écartelée,

Sirène, rumb à bannir à ma (Red n’osa) niére de mimosa:

Paysage d’Ourcq ocre sous ive d’écale;

Volcan. Roc: tarot célé du Père.

Livres.

Silène bavard, replié sur sa nullité (nu à je) belge: ipséité banale. L’ (eh, ça !) hydromel à ri, psaltérion. Errée Lorelei…

Fi ! Marmelade déviré d’Aladine. D’or, Noël: crèche (l’an ici taverne gelée dès bol…) à santon givré, fi !, culé de l’âne vairon.

Lapalisse élu, gnoses sans orgueil (écru, sale, sec). Saluts: angiome. T’es si crâneur !

. . .

Rue. Narcisse ! Témoignas-tu ! l’ascèse, là, sur ce lieu gros, nasses ongulées…

S’il a pal, noria vénale de Lucifer, vignot nasal (obsédée, le genre vaticinal), eh, Cercle, on rode, nid à la dérive, Dèdale (M. . . !) ramifié ?

Le rôle erre, noir, et la spirale mord, y hache l’élan abêti: Espiègle (béjaune) Till: un as rusé.

Il perdra. Va bene.

Lis, servile repu d’électorat, cornac, Lovelace. De visu, oser ?

Coq cru, ô, Degas, y’a pas, ô mime, de rein à sonder: à marin nabab, murène risée.

Le trace en roc, ilote cornéen.

O, grog, ale d’elixir perdu, ô, feligrane! Eh, cité, fil bu !

ô ! l’anamnèse, lai d’arsenic, arrérage tué, pénétra ce sel-base de Vexin. Eh, pèlerin à (Je: devin inédit) urbanité radicale (elle s’en ira…), stérile, dodu.

Espaces (été biné ? gnaule ?) verts.

Nomade, il rue, ocelot. Idiot-sic rafistolé: canon ! Leur cruel gibet te niera, têtard raté, pédicule d’aimé rejailli.

Soleil lie, fléau, partout ire (Métro, Mer, Ville…) tu déconnes. Été: bètel à brasero. Pavese versus Neandertal ! O, diserts noms ni à Livarot ni à Tir ! Amassez.

N’obéir.

Pali, tu es ici: lis abécédaires, lis portulan: l’un te sert-il ? à ce défi rattrapa l’autre ? Vise-t-il auquel but rêvé tu perças ?

Oh, arobe d’ellébore, Zarathoustra! L’ohcéan à mot (Toundra ? Sahel ?) à ri: Lob à nul si à ma jachère, terrain récusé, nervi, née brève l’haleine véloce de mes casse-moix à (Déni, ô !) décampé.

Lu, je diverge de ma flamme titubante: une telle (étal, ce noir édicule cela mal) ascèse drue tua, ha, l’As.

Oh, taper ! Tontes ! Oh, tillac, ô, fibule à reve l’Énigme (d’idiot tu) rhétoricienne.

Il, Oedipe, Nostradamus nocturne et, si né Guelfe, zébreur à Gibelin tué (pentothal ?), le faiseur d’ode protège.

Ipéca…: lapsus.

Eject à bleu qu’aède berça sec. Un roc si bleu ! Tir. ital.: palindrome tôt dialectal. Oc ? Oh, cep mort et né, mal essoré, hélé. Mon gag aplati gicle. Érudit rossérecit, ça freine, benoit, net.

Ta tentative en air auquel bète, turc, califat se (nom d’Ali-Baba !) sévit, pure de — d’ac ? — submersion importune, crac, menace, vacilla, co-étreinte…

Nos masses, elles dorment ? Etc… Axé ni à mort-né des bots. Rivez ! Les Etna de Serial-Guevara l’égarent. N’amorcer coulevrine.

Valser. Refuter.

Oh, porc en exil (Orphée), miroir brisé du toc cabotin et né du Perec: Regret éternel. L’opiniâtre. L’annu-lable.

Mec, Alger tua l’élan ici démission. Ru ostracisé, notarial, si peu qu’Alger, Viet-Nam (élu caméléon !), Israël, Biafra, bal à merde: celez, apôtre Luc à Jéruzalem, ah ce boxon! On à écopé, ha, le maximum

Escale d’os, pare le rang inutile. Métromane ici gamelle, tu perdras. Ah, tu as rusé! Cain! Lied imité la vache (à ne pas estimer) (flic assermenté, rengagé) régit.

Il évita, nerf à la bataille trompé.

Hé, dorée, l’Égérie pelée rape, sénile, sa vérité nue du sérum: rumeur à la laine, gel, if, feutrine, val, lieu-créche, ergot, pur, Bâtir ce lieu qu’Armada serve: if étété, éborgnas-tu l’astre sédatif ?

Oh, célérités ! Nef ! Folie ! Oh, tubez ! Le brio ne cessera, ce cap sera ta valise; l’âge: ni sel-liard (sic) ni master-(sic)-coq, ni cédrats, ni la lune brève. Tercé, sénégalais, un soleil perdra ta bétise héritée (Moi-Dieu, la vérole!)

Déroba le serbe glauque, pis, ancestral, hébreu (Galba et Septime-Sévère). Cesser, vidé et nié. Tetanos. Etna dès boustrophédon répudié. Boiser. Révèle l’avare mélo, s’il t’a béni, brutal tablier vil. Adios. Pilles, pale rétine, le sel, l’acide mercanti. Feu que Judas rêve, civette imitable, tu as alerté, sort à blason, leur croc. Et nier et n’oser. Casse-t-il, ô, baiser vil ? à toi, nu désir brisé, décédé, trope percé, roc lu. Détrompe la. Morts: l’Ame, l’Élan abêti, revenu. Désire ce trépas rêvé: Ci va ! S’il porte, sépulcral, ce repentir, cet écrit ne perturbe le lucre: Haridelle, ta gabegie ne mord ni la plage ni l’écart.

 

Georges Perec, La clôture et autres poèmes, Hachette/Collection P.O.L., 1980.

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Dammit I’m mad

Um belo poema-palíndromo de 224 palavras escrito por Demetri Martin, comediante norte-americano.

Dammit I’m mad.
Evil is a deed as I live.
God, am I reviled? I rise, my bed on a sun, I melt.
To be not one man emanating is sad. I piss.
Alas, it is so late. Who stops to help?
Man, it is hot. I’m in it. I tell.
I am not a devil. I level “Mad Dog”.
Ah, say burning is, as a deified gulp,
In my halo of a mired rum tin.
I erase many men. Oh, to be man, a sin.
Is evil in a clam? In a trap?
No. It is open. On it I was stuck.
Rats peed on hope. Elsewhere dips a web.
Be still if I fill its ebb.
Ew, a spider… eh?
We sleep. Oh no!
Deep, stark cuts saw it in one position.
Part animal, can I live? Sin is a name.
Both, one… my names are in it.
Murder? I’m a fool.
A hymn I plug, deified as a sign in ruby ash.
A Goddam level I lived at.
On mail let it in. I’m it.
Oh, sit in ample hot spots. Oh wet!
A loss it is alas (sip). I’d assign it a name.N
ame not one bottle minus an ode by me:
“Sir, I deliver. I’m a dog”
Evil is a deed as I live.
Dammit I’m mad.

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“Eu quero é o canudo”

Da série “livros que eu gostaria de ver lançados por aí”… vem aí o manual pragmático do carreirismo para amadores da pré-escola ao ensino superior, “Eu quero é o canudo”, do prof. dr. magna summa maxima egregia cum laude Charles Constant.

O livro, um guia prático com dicas e conselhos sobre como se tornar um alpinista social, é uma importante contribuição dada ao público universitário bem como a todos os níveis de ensino atualmente existentes e que venham por ventura a serem inventados.

Em uma obra sintética, que reúne auto-ajuda, insight filosófico e dicas práticas no melhor estilo “passe-por-cima-dos-outros-antes-que-você-seja-deixado-para-trás”, o emérito egrégio ultra super histericamente honorável prof. dr. Charles Constant ensina em 13 curtas lições como alcançar um único objetivo: obter um diploma, custe o que custar.

No prelo:

“Tirem o dedo do meu $%*!”, um guia de auto-ajuda para iniciantes
“Está na hora de casar”, manual para a moça certinha (censura: de 18 a 26 anos)
“Já passa da hora de casar”, manual para a mocinha que não deu certo (censura: de 27 a 32 anos)
“Mate-se, por favor”, um eletrizante relato autobiográfico! “A coisa mais importante a fazer se você está pensando em trabalhar no serviço público ou em um banco” (deu no New York Times)

E ainda, os instrutivos guias práticos da coleção “Saber nunca é demais”:

“Torcendo para dar errado”, receitas de sucesso na arte de fracassar
“Pensando  como o Windows: o paradigma da Lixeira”

Não perca! Reserve já seu exemplar!

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É na tropa do avô novo no vão da porta né

O namoro vivo da Regine Roda na bacana cabana da casa da tropa nada romana. Ele visível é, e é o novo vodu do vovô (no caso dono do casaco do anão bobo), é torto e voa, né. Nila Maíra gaga era. Se caga Cesária má. Mara viu; Ema ri; Vovó vê. A mamãe, o tio réu (que Clara leva), o Adão, Ana, o Leo, viajaram ao além à pé, e nós, de navio. Dario com Leno e Leonela tirana, esmagam-se. Mata-me, se a Leon a Mãe se opõe. Ane lê: a Cira sem Ana, já via (com a moça Lea), Iraci falar: “a Plácida Razera do azar é razão da reza por prazer”. A rica alemã baba na mão. Vão, mas é do anão o linotipo. Dezoito moços no sol Eno viu corado, revelar a saliva. Doida vovó vê Vera torta a trote. Viva ! Diva da dívida da vida vê a ema da madame à Eva. Diva da dívida da vida vive torta a trotar e vê vovô vadio da Vila Sara, leve, rodar o cu; Ivonel o sonso, com o tio Zé do pito, Nilo o anão de Samoa, voam. Ana baba; mela Acir a rezar pró paz. Era do azar é razão da reza radical. Para lá ficaria ela com a moça Iva já na mesa. Rica é Lena e se opõe a Manoela e se matam. Esmagam-se Ana Rita, Leno e Leonel. Moço irado, Ivan Edson é. E Pâmela o amará. Já Ivo (Eloá não), Adão, a velar, Alceu quer. O Ito e a mamãe, vovó viram e uivaram. A Maíra se caga. Cesar e a gaga riam. Aline não vê o trote. O bobo anão do casaco dono do saco novo, vodu do vovô Noé é ele. Visível é a namorada na porta da sacada na bacana cabana do Reni gerado vivo romano.

O maior palíndromo da língua portuguesa:

320 palavras (incluindo as 11 do título)
1.155 caracteres sem espaços e 1.473 caracteres com espaços.
Publicado no edição nº 11.109 com data de 5/5/2009 do jornal Diário Popular de Curitiba – PR.
Seu autor é o palindromista curitibano Ziro Roriz.

recolhido por: Osiris Duarte de Curityba
Publicado no Recanto das Letras em 08/01/2010
Código do texto: T2018592
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Felicidade enlatada

Paris– Viajar para mostrar ao mundo quão feliz eu (não) sou?
– Sorrir para a câmera para mostrar como eu (não) estou satisfeito?
– Usar o Facebook para dar a entender que a “verdade” está lá fora?

– Não, obrigado

Já reparou que as fotos que as pessoas publicam de suas viagens têm todas a mesma cara e as mesmas pretensões?

Como está na moda viajar e publicar fotos com sorrisos falsos de pessoas que não têm a menor idéia de porque foram a tal país da Europa, resolvi publicar as minhas próprias fotos, feitas no conforto do meu lar… apenas os sorrisos são autênticos.

E… pronto! Agora posso me sentir o perfeito idiota de classe média sem ter que castigar o cartão de crédito e me endividar para fazer algo que os outros esperam que eu faça só porque está “na moda”. Recomendo!

P.S.: Pode-se acrescentar a estas as palavras de Fernando Sabino:

“Tiveram lots of fun. O week end, para resumir, também é uma fuga desesperada da vida intensiva, deprimente e inumana da grande cidade, pela tentativa de conquistar à força uma distração que a vida americana estandardizou. Neutralizado pela própria necessidade de usufruí-la violentamente no fim de semana, aquele que a procura não conseguirá senão um comprovante psicológico de que ela esteve ao alcance de seus dedos, uma espécie de atestado de alegria que servirá de ópio para a opressão dos dias úteis.

“Três mocinhas passam a noite de sábado fazendo sanduíches, acordam cedo no domingo, metem-se num trem superlotado durante duas horas, passam para um ônibus que as conduzirá ao fim de mais algumas horas, depois de uma viagem incômoda, exaustiva e encalorada, a uma praia de alguns metros de areia suja, na qual pagarão entrada para armar uma barraca, estender uma lona e se deitar; comem os sanduíches, batem uma fotografia e em seguida recolhem a lona e a barraca, reiniciam a viagem de volta para só chegarem tarde da noite em casa – mas no dia seguinte exibirão a fotografia no escritório, no restaurante ou na loja onde trabalham desde cedo, afirmando orgulhosas que tiveram lots of fun. E todos, inclusive elas próprias, acreditarão.

(…)

“O importante é a fotografia, é o testemunho alheio, é o souvenir, para fazer crer aos outros e a si próprio que se viveu uma distração em determinada hora de determinado dia. Porque a alegria tem horários. A felicidade se guarda em latas de conserva. O espírito é preservado em geladeiras.”

Fernando Sabino, extrato de Mecânica da distração em A cidade vazia

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MORTE: a recompensa a quem mostrar a verdade ao mundo

As últimas sobre o caso Wikileaks

– Sarah Palin, ex-candidata a vice dos Republicanos nos EUA, afirma que o governo deveria “caçar Assange como terrorista, assim como faz com a Al Qaeda e o Talibã” – http://migre.me/2CZmj

– Ex-candidato a presidente dos EUA pede pena de morte para Julian Assange, do Wikileaks – http://migre.me/2CZaX

– Ex-coordenador de campanha do premiê canadense não deixa por menos e afirma: “Julian Assange deveria ser assassinado” – http://migre.me/2CZgH

Assange não foi morto, ainda, mas desde que publicou a última leva de documentos secretos na semana passada, o Wikileaks já foi tirado do ar duas vezes por hackers. Para os responsáveis pela criminosa guerra imperialista no Oriente Médio, justificar, incentivar e levar às vias de fato uma tentativa de assassinato contra Julian Assange não parece ser nenhum problema. O problema está em que não se pode falar a respeito, da mesma forma que não se pode falar contra a barbárie cometida no Iraque e no Afeganistão e do assassinato de milhares de civis na guerra. Junto com os milhares de documentos divulgados pelo portal Wikileaks vem à tona outro segredo: como o imperialismo trata seus adversários políticos.

Leia mais na edição desta quinta-feira (2/12) do Causa Operária Notícias Online

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